1ª Teoria: Sonhos poderiam ser o reviver de emoções passadas em outras vidas, emoções que viriam junto de imagens desta vida.
Se existissem mundos paralelos, mundos nos quais os fatos históricos não foram necessariamente idênticos aos do nosso mundo, teriam as reencarnações que se darem sempre na mesma "linha temporal"?
Por exemplo: no nosso mundo, entre os anos de 1580 e 1640, Portugal se juntou à Espanha, e depois se separou novamente. Imaginemos, agora, um mundo paralelo no qual Portugal não se separou da Espanha, e o Brasil acabou sendo colonizado por esta "Grande Espanha", absorvendo progressivamente os costumes e a língua espanhola. Não poderia alguém que outrora viveu neste Brasil colonizado pela "Grande Espanha" reencarnar no nosso mundo (no qual o Brasil foi colonizado por Portugal)? E, assim, ter sonhos com elementos do Brasil "hispânico" no qual ele viveu na sua vida anterior?
Em alguns casos em que alguém descreve um local de uma pretensa vida passada, não poderiam ser os erros devidos ao fato de se estar lembrando determinado local como era numa linha temporal paralela?
Se alguém fala de uma vida passada dando, digamos, cinco detalhes corretos e três incorretos do local descrito - pode ser porque, no mundo paralelo em que ela viveu, todos os oito detalhes são corretos. Por exemplo, o colégio que nunca existiu no nosso mundo existiu de fato no mundo paralelo, e similar ao nosso, no qual ela viveu anteriormente...
Assim, da mesma forma, se eu sonho que estou no Rio de Janeiro, no ano de 1910, mas tudo é tão totalmente diferente de como era no "nosso" Rio de 1910, pode ser simplesmente porque estou sonhando com o Rio de Janeiro antigo de uma "Terra 2", e não como o Rio de Janeiro antigo da nossa "Terra 1"...
2ª Teoria: Nos sonhos poderíamos "sintonizar" mundos paralelos que realmente existem.
Muitas vezes tive sonhos com o tema "Planeta dos Macacos" (a série de filmes de Ficção Científica, que vi pela primeira vez ainda criança). Um dos sonhos, de tão intenso, me deixou impressionado. A ênfase do sonho era emocional, não visual, portanto há pouco para ser descrito. Mas o sonho se passava num deserto, numa zona realmente arrasada, sem nada além de poeira e rochas. E neles estavam Zaius e Urko (os dois personagens símios mais importantes no segundo filme da série original).
O sonho era tão incrivelmente real que me fez pensar: (a) o mundo de Planeta dos Macacos, conforme o dos filmes de cinema, não pode existir ou vir a existir em nenhum mundo paralelo. Há muitas incongruências na história; (b) por outro lado, os mundos com os quais sonho são tão reais que eles devem existir em algum plano. Como compatibilizar isso? Vejamos uma teoria fascinante que faria algumas pessoas acharem que estou maluco:
Em algum universo paralelo, existiu ou existirá um mundo onde a civilização será destruída por uma guerra nuclear, onde os macacos evoluirão e dois dos líderes serão um orangotango chamado Zaius e um gorila chamado Urko.
Através de sonhos, eu visito este mundo. Mas outras pessoas também poderiam sonhar com este mundo. E se uma dessas pessoas fosse quem escreveu o livro que inspirou a série do cinema? É claro que ele não se lembraria de tudo - como eu também não me lembro! Ele saberia que houve uma guerra nuclear, que há um orangotango chamado Zaius e que há um gorila chamado Urko. O resto teria que ser inventado e imaginado - que o ano é 3955, que há uma Dra. Zira, que houve uma peste que matou cães e gatos, que os macacos se rebelaram antes da guerra nuclear, etc...
Em resumo, meus sonhos não seriam inspirados na série de cinema. A série de cinema é que teria sido inspirada pelo mesmo universo paralelo com o qual eu tão frequentemente sonho.
O fato de eu ter ficado fascinado com a série fez com quem, dentre inúmeros mundos e universos paralelos, e entre inúmeras épocas, minha mente tenha maior propensão a "sintonizar" aquele mundo paralelo em particular... Entre "n" mundo paralelos, e "n" épocas destes mundos, minha mente tende a "sintonizar" com mais frequência alguns, tal como a tua mente sintonizaria com mais frequência outros, mais a ver com os temas que mais te fascinam.
Mesmo assim, apenas alguns dos meus sonhos "planeta dos macacos" seriam visitas reais. Outros já seriam apenas sonhos mesmo: misturas de lembranças de visitas reais com todo o processo tradicional de sonho do meu subconsciente...
3ª Teoria: Sonhos poderiam ser uma opção de viver o que os nossos outros "Eus" estão vivendo em mundos paralelos.
Tenho sonhos demais passados em alguns "mundos" em particular. Por exemplo, o mundo em que levei alguns dos pombos de Brasília para o Rio, e os soltei na casa de minha avó, e alimento estes pombos. Ou o mundo parcialmente destruído pela guerra, mas já em paz, no qual sou estudante numa cidade com boa parte dos prédios parcialmente destruídos... Mundos que se repetem mais vezes do que seria de se esperar, mundos por demais familiares, mundos nos quais eu sou sempre o mesmo, em termos de personalidade... É como se, de vez em quando, eu entrasse na mente daquele meu "eu" adolescente que vive naquela agradável cidade que está semidestruída, mas que tem tanta paz e calor humano... Um "eu" que talvez existisse em algum universo paralelo...
Mesmo que estes sonhos fossem só imaginação, não me impediriam de falar do conceito de "existências saltadas": O fato de nós dormirmos umas 8 horas por dia, e só "existirmos" de fato nas restantes 16h por dia não impede que percebamos nossa própria existência como "contínua" - apesar dos períodos em que sonhamos e dos períodos em que estamos inconscientes na fase de sono sem sonhos, nossa vida parece contínua. Concorda?
Se o "Augusto" do "mundo pós-guerra" só existisse durante, digamos, meia hora por noite, a cada 30 noites... mesmo assim, não poderia este Augusto se perceber como "contínuo", sentir como contínuos os sonhos em que ele existe, ser de certa forma tão "real" como pessoa quanto a minha versão acordada (que existe 16 horas por dia) é?
4ª Teoria: Uma hipótese fantástica sobre o que poderia acontecer depois de morrermos...
Teorias sobre Sonhos. 4ª Teoria
Conforme dito no texto anterior, poderiam existir "inúmeros" "Eus" vivendo em "n" mundos alternativos (paralelos) ao nosso... "Eus" cuja vida eu viveria, por alguns momentos, em alguns de meus sonhos.
Assim, o "Augusto" daquele mundo que referi em outro texto (um mundo destruído pela guerra, mas atualmente um mundo lindo e pacífico) seria um "Augusto" tão real quanto este que está escrevendo este texto agora...
A hipótese que escrevo a seguir é uma hipótese bem "maluca" sobre algo que poderia acontecer depois que morremos:
Hoje à noite posso sonhar, por exemplo, que sou o Augusto daquele mundo pós-guerra - vamos chamar este mundo de, digamos, "Terra 23", que seria uma das muitas Terras paralelas à nossa (a nossa eu poderia chamar de "Terra 1"). O "Augusto" que vive nessa "Terra 23" poderia, então, ser chamado de "Augusto 23".
O fato é que se, por meia hora, durante um sonho, eu pensar que sou o "Augusto 23", e agir como ele, tendo inclusive as recordações dele, isso não me impedirá de ser ao mesmo tempo eu (o Augusto 1) sonhando deitado na minha cama...
Se, num certo dia, eu morresse subitamente (num acidente, por exemplo), poderia ser que a partir desse momento eu passasse a viver sempre a vida do Augusto 23... Não por aquela meia hora a cada 6 meses na qual eu sonho estar na "Terra 23", mas todas as horas do dia, pelo resto da vida dele...
Como? Da mesma forma que ao deitarmos e dormirmos, de uma hora para outra nos vemos sonhando com situações completamente diferentes da nossa vida cotidiana (sem sequer lembrarmos da nossa vida acordada), ao morrermos poderia acontecer algo similar: de uma hora para outra estarmos em uma vida diferente, sem lembrar dessa - como se estivéssemos em um sonho extremamente longo que durasse não dias, mas anos... Captou a ideia?
Isso implicaria, talvez, numa sutil mudança deste "Augusto 23"... que passaria a ser um pouco mais como o "Augusto 1" durante todas as horas por dia, todos os dias, e não apenas durante aquela meia hora a cada 6 meses no qual o "Augusto 1" sonha estar na "Terra 23"...
Porém, e se fosse o contrário? E se o "Augusto 23" morresse hoje? Ele poderia passar a ser parte de mim... a viver a minha vida, a minha consciência... não apenas sonhando com nosso mundo (que chamei de “Terra 1”) de vez em quando, mas vivendo-o todas as horas do dia...
E aí eu, o Augusto 1, talvez mudasse sutilmente de personalidade... sem entender por que... sem entender que agora eu sou um pouco do "Augusto 23" o tempo todo...
Talvez em alguns momentos os outros "Augustos", de outras Terras, estejam sonhando em mim... sonhando a minha vida... vendo em sonhos deles o meu "mundo real"... para depois lembrarem de um sonho onde - que incrível, dirão eles ao acordarem - a capital do Brasil é "Brasília" ("uma cidade fantástica inaugurada em abril de 1960") e não o Rio de Janeiro, como no mundo deles...
Assim, tem-se mais uma alternativa para a pergunta "o que acontece depois da morte?". Você pode passar a ser permanentemente uma das outras versões de si mesmo com as quais sonha..
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